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O baixo ousado e primitivo com ênfase a origens cruas do garage rock de Pedro Roquini do Imperial Pilots

Música

O baixo ousado e primitivo com ênfase a origens cruas do garage rock de Pedro Roquini do Imperial Pilots

A banda de rock alternativo, Imperial Pilots, lançou recentemente o lyric vídeo da música “You‘re mine”, última faixa do álbum “Imperial Pilots”, lançado em 2020 pela Electric Funeral Records. O terceiro clipe do álbum, traz na composição o tema sobre relacionamentos abusivos, onde mostram o controle das mãos do abusador sobre a vítima, com movimentos de tensão nas imagens, e trechos parecidos como se lê-se um livro de Stephen King, colocando em cheque o pesadelo vivido por muitas mulheres, em uma realidade crua de um ponto de vista artístico e aterrorizante.

 

Produzido pela própria banda, o vídeo traz a livre contribuição de diversos artistas que disponibilizam seus vídeos em rede, onde a banda faz questão de agradecer com uma mensagem e dando os créditos.

Assista “You‘re mine”:  

 

 

Formada poJoey Manzano (voz e guitarra), Pedro Roquini (baixo) e Alysson Bruno (bateria), a banda teve bastante destaque no underground internacional e gravou recentemente Rock em Concerto com a Orquestra Jovem de Guarulhos, o qual sairá em um documentário sobre o evento ainda em 2021.

 

O baixista Pedro Roquini apresenta uma pegada e timbre ousado e primitivo com ênfase a origens cruas do rock. A sonoridade do Imperial Pilots nos transporta para uma dimensão elevada da mistura do garage rock, metal e rock alternativo, deixando suas influências musicais narrarem uma história de ficção através de suas composições bem arranjadas e dinâmicas. 

Conversamos com o músico sobre sua trajetória na banda, processo de composição, influências musicais, entre outras curiosidades. Confira a entrevista! 

 

 

Você e o Imperial Pilots apresentam uma sintonia fora do comum na hora de compor e expressar seus sentimentos através da música. Como funciona a parceria de vocês como músicos e amigos dentro do projeto?

É verdade, a nossa conexão musical é muito íntima. Dentro da banda, cada um possui suas histórias, suas influências, mas percebo que o compromisso com a criação é o ponto ótimo de todos os integrantes. Entre nós existe muito respeito de opiniões e isso propicia uma liberdade de ideias. O Joey é incumbido de letrar e o Alysson sempre vem com ideias que nos tiram da caixinha, as ideias estão sempre sobre a mesa. Ao desenhar um reef sempre tenho a confiança de que não estou fugindo do pensamento comum da banda. Os projetos são sempre discutidos em uma mesa redonda, entendemos que o engajamento real de cada integrante é fundamental para o sucesso de cada plano.

 

Dentro do cenário do rock e metal brasileiro, você costuma acompanhar quais bandas? E sobreas estrangeiras, alguma atual que tenha lhe chamado a atenção ultimamente?

Saudosismo no rock é lei e eu não cometo crimes aqui (risos). Bandas como Black Sabbath, Faith no More e Mastodon, quando respiram alguma coisa, as minhas antenas estão de pé! Mas confesso que no âmbito internacional tenho me pego ouvindo coisas mais eletrônicas como Muse e Royal Blood, além de clássicos baladeiros como Depeche Mode. Aqui nas terras de Cabral tenho me resgatado muito na cena: Molho Negro e Vespas Mandarinas são exemplos de bandas que indico para pessoas que acabei de conhecer.

 

Que dica você daria a músicos brasileiros da cena, que têm medo de experimentar e inventar coisas novas em suas músicas?

Penso que você pode fazer, ou replicar, o que já existe, e aí há um certo conforto… e pronto. Ou, você pode se olhar no espelho de vez em quando, pensar no que você quer de fato fazer e criar coragem. Sinceramente, eu prefiro sempre a segunda opção. Mas às vezes essa parada de criar coisas novas e tal não é a expectativa da pessoa, e a música é algo muito subjetivo para dizermos o que deve ou não ser feito, mas o meu conselho é de que o músico deve ter coragem de fazer o que ele acredita ser a expressão da sua vontade, é isso. Música é arte ainda acima de qualquer outro interesse.

 

Qual modelo e marca de baixo, cordas e amplificador você usa? Conta pra gente a relação de amor com seu instrumento.

Atualmente uso dois modelos. Tenho um Thunderbird da Epiphone que, além de ter um visual massa, traz um timbre muito consistente em relação às frequências e efeitos que eu uso na banda. Esse meninão está em reforma e logo será visto por aí com uma roupagem bem legal e curiosa. Meu outro baixo é um Jazz Bass, de marca desconhecida, e aqui temos uma história bem legal (risos): Estava num bar, desses de final de rua mesmo, e o cara da mesa do lado parece ter notado que eu e um amigo estávamos conversando de música. Ele saiu e, uns 10 minutos depois, voltou com esse Jazz Bass. Ele falou um pouco do baixo mas acabou dando ele para nós. Levamos ao luthier e foi constatado que pelo perfil da madeira, tarraxas e pontes que estavam nele, o instrumento parecia ter pelo menos uns 20 anos. Este baixo pode ser desde um Gianinni até um Peavey, mas o som ficou muito bom e hoje é um dos meus filhotes. Em ambos os baixos uso cordas Rotosound RB45, acho que há uns longos anos. Esse kit me traz um som vintage com um brilho muito especial e único sem desprezar o peso. Eu sou taurino e o sentimento de posse se reflete nos meus instrumentos. Tenho cada equipamento meu como parte da minha personalidade e, inclusive, tento transmitir essa individualidade performática em palco.

 

Quais são as suas maiores influências musicais? Pra você qual é o maior baixista de todos os tempos?

Minhas influências estão ligadas à musicalidade e muito pouco em performance técnica. Ou seja, arrepiar os pelinhos do braço é o que conta para mim. Nesse espaço tenho referências como Geezer Butler, Billy Gould, John Deacon e Cliff Burton como mestres da sensibilidade no reino dos graves. Esses caras me influenciaram não apenas pelos timbres e linhas músicas, mas principalmente como eles pensavam dentro na música, em um contexto de composição e como o baixo se encaixa no todo, saca?

 

Suas linhas de baixo apresentam combinação de técnica e criatividade ao tocar. Como se dá o processo de criação e composição das suas linhas de baixo nas músicas?

Dentro da banda as propostas se apresentam de várias formas. Hora a composição nasce pela letra, hora pela harmonia, mas minha preocupação como baixista é sempre fazer bem a cozinha e ao mesmo tempo trazer sensações únicas ao público. Nesse ponto, me considero nada conservador e aceito arriscar timbres e linhas pouco convencionais para surpreender dentro da música. Então procuro ser criativo neste ponto: fico imaginando as reações das pessoas ao sentirem os graves pulsando de diferentes formas e isso me motiva sempre a procurar texturas novas. Para mim, a técnica na composição é uma ferramenta e não o fim. Às vezes vejo uma galera compondo de forma “atlética”, para provar uma capacidade técnica mesmo que isso não soe nada musical. Se as linhas forem simples ou complexas, isso será consequência do que a música estará exigindo de mim.

 

Como a música surgiu em sua vida?

Tirando pessoas do assunto, a música é o que há de mais importante na minha vida. Não há nada que me prenda mais a atenção do que um ritmo batido em uma caixa de fósforo (risos). Isso ficou marcado na minha vida desde os oito anos. Lembro da minha irmã, adolescente, colocando no SONY dela as fitas K7 (falsificadas, perdão à indústria) da Legião Urbana e Queen. Aqueles sons me soaram tão únicos e ensurdecedores que casaram com minha personalidade inquieta e perturbada ainda em construção.

 

Qual foi o melhor show da história do Imperial Pilots? conta pra gente.

Com certeza foi o Pimentas Rock Festival. Lá tivemos uma experiência incrível e muito íntima com o público. Neste dia sentimos as diferentes vibrações da galera em cada música, foi surreal!

 

Qual é a sua faixa favorita da banda?

Fizemos um álbum muito diversificado, com diferentes linguagens, e isso é o que me faz ser fã dele. Monster Inside You, You´re Mine e Can´t you see it são tão peculiares que poderiam estar até em álbuns diferentes. Então, para responder essa pergunta, fico hoje com essas três, mas se me perguntassem isso daqui um tempo com certeza daria outros nomes.

 

Quais os planos para 2021?

O ano de 2020 trouxe toda essa necessidade de adequações e nos pegamos dedicando muito tempo em assuntos mais burocráticos da banda, atrás de um computador. Este ano a ordem é criar! Compor, compor e compor! Estamos muito conectados e o ambiente está propício para a criatividade. Em 2021 iremos nos conectar ao que somos de fato: músicos. Para a galera, em 2021 vocês terão de Imperial Pilots muitas músicas novas e coloridas. Teremos um álbum novo? Alguns singles? As alternativas estão aí e certeza é que os sons virão em peso.

 

Confira ‘Imperial Pilots‘: https://bit.ly/33ZwUcB

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