Em um momento onde o consumo de música se segmenta cada vez mais para públicos específicos em playlists, a música alternativa vive um momento de expansão sem precedentes, em que artistas de diferentes origens e estilos têm rompido as barreiras tradicionais de gêneros musicais. Do rock experimental ao reggaeton, conheça lançamentos recentes que mostram como a criatividade ultrapassa rótulos.
Um desses é Dope Lemon, projeto alternativo idealizado pelo australiano Angus Stone, que lançará seu novo álbum Golden Wolf no dia 2 de maio via BMG. Conhecido também pelo duo Angus & Julia Stone, o artista construiu uma carreira sólida com mais de 700 milhões de streams e presença em grandes festivais. Após refletir sobre sua juventude em Kimosabè (2023), Stone agora explora a incerteza do futuro, convidando o público a valorizar a jornada com faixas que transitam entre o rock ensolarado e grooves noturnos.
Se com Dope Lemon as viagens foram sonoras, com Blue Mar foram reais. Reconhecido internacionalmente por sua guitarra virtuosa e autenticidade, o brasileiro radicado no exterior construiu faixas entre São Paulo e Londres, reforçando a essência global de seu trabalho no álbum OLIVEIRA, que recentemente ganhou novas versões para os destaques “Belle of the Ball” e “Dragonflies”. Desde a estreia com o EP Hurl até o sucesso do álbum The March Hare e suas turnês internacionais, o artista consolida sua identidade na cena alternativa, unindo rock e brasilidade.
No universo da música latina, Jay Wheeler, um dos principais nomes do reggaeton, se reinventa no álbum mais pessoal e experimental da carreira, Girasoles, representando renascimento e crescimento pessoal com sonoridades alternativas. As 15 faixas simbolizam as fases da vida em uma metáfora com girassóis: as dificuldades (plantio da semente), a transformação (crescimento) e a maturidade (florescimento completo). Acompanhado do clipe “Abrázame Fuerte”, Wheeler compartilha suas emoções e evolução, dedicando o projeto às três mulheres mais importantes de sua vida: sua mãe, esposa e filha.
Após mais de duas décadas fora dos holofotes, a banda britânica Panchiko ressurge com força total em Ginkgo, álbum que marca uma nova fase na carreira do grupo formado nos anos 1990. A redescoberta viral do disco demo D>E>A>T>H>M>E>T>A>L, em 2016, por um usuário do 4chan, levou os músicos de Nottingham de volta à ativa com turnês esgotadas e milhões de streams. Agora oficialmente reformada com os membros fundadores e novos integrantes, a banda entrega um trabalho maduro e introspectivo que mescla lo-fi, rock setentista, trip hop e nu-metal com toques de hip-hop melancólico. Com produção refinada e letras que refletem o equilíbrio entre juventude e vida adulta, Ginkgo consolida o renascimento do Panchiko e embala a turnê mais ambiciosa do grupo, com shows esgotados e presença em festivais de peso.
Para fechar, celebramos as raízes da música brasileira. Em “Nheengatu”, Juliano Juba traz um olhar futurista sobre a ancestralidade, conectando a influência dos povos originários à modernidad. O título, que remete à língua tupi amazônica, reforça a reflexão sobre o que deve ser resgatado e valorizado. Com uma sonoridade rica em referências e ritmos, a faixa antecipa a essência do disco Cumbuca, que será lançado em 2025 pelo selo Letra & Música.