Nossas redes sociais

Projeto de samba indígena Marujos Pataxó lança novo álbum

Projeto de samba indígena Marujos Pataxó lança novo álbum

Música

Projeto de samba indígena Marujos Pataxó lança novo álbum

Presentes na formação do samba no sul da Bahia, as tradições percussivas e rítmicas do samba indígena seguem preservadas na Aldeia Mãe Pataxó, no território Barra Velha. Para eles, o ritmo não é só música, é um ritual sagrado no qual os indígenas expressam sua fé e cultura com originalidade, passando entre as gerações com músicas que retratam a natureza e a vida no campo. Em meio a uma série de ataques ao seu território, o projeto Marujos Pataxó lança o seu segundo álbum “Hoje é o Dia do Índio”. O disco, que chega aos streamings no dia oficial do indígena no Brasil, traz músicas inéditas e um apelo pela demarcação das terras indígenas no Brasil. 

Ouça o disco “Hoje é o Dia do Índio”: 

https://go.nikita.com.br/HojeeoDiadoIndio_MarujosPataxo

A capa do álbum, criada pelo artista indígena Tukunã Pataxó, traz a matriarca do samba da Aldeia Mãe Suindara, Maria Coruja, pedindo paz e o respeito pelas terras indígenas no Brasil. Sobrevivente do massacre conhecido como “O Fogo de 51”, Maria Coruja é fundadora do terreiro Aruanda de Maria Coruja, também é rezadeira, benzedeira, compositora e uma importante ativista na luta pelos direitos indígenas no país. 

Com músicas autorais e ancestrais inéditas, o álbum convida o público a uma imersão sonora na espiritualidade, na natureza e nos saberes ancestrais do povo Pataxó, reconhecendo a influência indígena na formação da cultura brasileira — em especial, do samba. Este é um registro histórico lançado pelo selo Nikita Music Digital. O álbum repete a produção musical do primeiro álbum (“A Força dos Encantados”, de 2023) assinada por Lenis Rino (Fernanda Takai, Matheus Aleluia, Tatá Aeroplano, Palavra Cantada) e chega em um momento simbólico e sensível, em meio a uma série de ataques, mortes e prisões na Terra Indígena Pataxó Barra Velha, no sul da Bahia. 

O projeto, com apoio do Natura Musical, abarcou o primeiro álbum, um clipe, um remix assinado pelo Tropkillaz e o documentário “Pataxi Imamakã – Aldeia Mãe Pataxó”, que está no circuito de festivais de cinema e que estreou no Festival de Cinema de Trancoso 2024. Além de oficinas semanais de música e samba indígena para 40 crianças da Aldeia Mãe que deu origem ao grupo Marujinhos Pataxó que estão gravando o seu primeiro álbum musical. Tudo isso para evidenciar a importância e reconhecer a importância dos povos indígenas na cultura brasileira. 

Assista ao clipe “A Força dos Encantados”: https://youtu.be/motljkFBh2k

Ouça o disco “A Força dos Encantados”: 

https://lnk.fuga.com/marujospataxo_aforcadosencantados

Ouça o remix de “A Força dos Encantados (Tropkillaz version)”: https://lnk.fuga.com/marujospataxotropkillaz_aforcadosencantados

Assista ao trailer “Pataxi Imamakã – Aldeia Mãe Pataxó”: 

Isso ocorre na vida pública, na língua, nos costumes, na culinária, na medicina, na arte e na música. O projeto visa a reconhecer a influência indígena na criação do samba brasileiro. Além de fortalecer, divulgar e preservar essa forma musical única, busca melhorar a qualidade de vida na Aldeia através da arte, gerando emprego, renda e preservando a cultura tradicional Pataxó. A marujada indígena se apresenta para o país todo compartilhando a memória, a luta e a cultura dos ancestrais de forma sustentável e global por meio da valorização de suas raízes na Aldeia Mãe Barra Velha. 

O território, que conta com o Parque Nacional do Monte Pascoal e fica tão perto de onde começou a invasão em 1500, foi o primeiro aldeamento do Brasil e já consta com 523 anos de resistência. Depois do trágico massacre ocorrido em 1951, houve uma diáspora do povo Pataxó por diversos pontos do país, que ainda enxergam aquela aldeia e região como parte de suas raízes. 

Um retrato da resiliência e da força, a cultura do povo Pataxó segue firme apesar de massacres, dores e de mais de quinhentos anos de invasões sofridas. O preconceito é uma forma constante e invisível de repressão, experimentada por muitos, mas debatida por poucos. A repressão ativa e violenta inclui a queima de casas, invasão de terras e até assassinato de indígenas. Permanecer nas terras, apesar de décadas de repressão cultural, é um ato de resistência em nome das gerações passadas e futuras. Por isso, o resgate cultural que ocorre por meio da valorização da identidade indígena é tão importante. 

Marujos Pataxó foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (FazCultura), ao lado de Casa do Hip-Hop Bahia, Cronista do Morro, Festival Pagode Por Elas, Os Tincoãs e Ventura Profana. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos de música até 2025, em diferentes formatos e estágios de carreira, como Margareth Menezes, Luedji Luna, Mateus Aleluia, Mahal Pita e Casa do Hip Hop da Bahia. 

Continuar lendo
You may also like...
Comentários

Mais em Música

Topo