O autor Juca Serrado lança o romance ‘Um Adeus no Cais do Sodré’, pela editora Jaguatirica, no próximo dia 03 de dezembro, na Livraria Janela, Shopping da Gávea, após sucesso em Portugal, trazendo uma rica narrativa histórica que aborda temas como escravização, ganância e violência, bem como lições sobre generosidade, empatia, esperança e superação.
“Um Adeus no Cais do Sodré” conta a história do português Pedro do Ferreira e a vida dos seus familiares, que migraram para Santa Rita, cidade de Minas Gerais. Ambientada no Brasil do fim do século XIX e início do século XX, a obra chama a atenção pelos detalhes, trazendo uma pesquisa cênica muito atenta e minuciosa. O leitor é transportado para as ruas onde João do Rio viveu, com livrarias e prostíbulos que conviviam na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, por exemplo, bem como por províncias e vilas, como se olhasse um álbum de fotografias conhecidas, cheias de lugares revisitados por memória e afeto.
A narrativa elegante de Juca Serrado remete às fragrâncias e imagens de ambientes frequentados por escritores como Olavo Bilac, Ruy Barbosa e, ao mesmo tempo, às sensações de paz e harmonia da Fazenda Bom Retiro, num tempo em que laços familiares modelam escolhas e atingem destinos. Apesar dos obstáculos e desafios enfrentados pelos personagens, o amor à terra e o respeito à ancestralidade revelam que, na união e na família, a prosperidade faz o seu reinado mais sagrado.
Juca Serrado nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1957. É casado, pai de dois filhos e tem duas enteadas. Estudou Arquitetura e Economia, e trabalhou no mercado financeiro por mais de uma década. Escreveu para uma revista especializada sobre o mercado financeiro, tendo inúmeras cartas publicadas em jornais. Publicou O Turco (2017), uma visão pragmática sobre a ética e a moral e Sob o olhar do guardião (2019), uma ficção que envolve os segredos da estátua do Cristo Redento do Rio de Janeiro. Um Adeus no Cais do Sodré é o seu terceiro romance, uma saga familiar que une Portugal e Brasil.
Lançamento: Dia 03/12 – 18h30Livraria JanelaShopping da Gávea – Rua Marquês de São Vicente, 52 – loja 368 – 3º piso – RJ
PREFÁCIO
Hoje em dia, rotular um livro de “saga” diz muito mais sobre a extensão da obra – os vários volumes que a compõem – do que propriamente sobre o respectivo conteúdo. A sensação é a de que se baniram do mercado editorial as sagas curtas, assim como na área cinematográfica atualmente predomina a produção de séries que se desdobram em vários episódios e intermináveis temporadas. Dispense-se, aqui, o emprego do termo “franquia” que se relaciona a “produtos”. Nada contra, mas qual foi o último “longa-metragem” ou o último “curta” que você assistiu?
Pois Um Adeus no Cais do Sodré é uma saga enxuta. Tendo por autor um bisneto – como é também o suspeito subscritor deste prefácio – do protagonista, uma acurada pesquisa genealógica permeia o drama familiar que tem como ponto de partida uma noite de 1875, em uma Quinta na região do Vizeu, quando o moribundo patriarca Dom Manoel Ferreira pronuncia suas disposições de última vontade quanto à herança que deixaria a seus dois jovens filhos, impondo-lhes a missão de partirem ao Brasil para cuidarem de terras do pai situadas nas Minas Gerais.
Como narra Juca, “a partir dali uma nova etapa começaria na vida dos Ferreira”. A tranquila travessia do Atlântico a bordo do luxuoso Trafalgar, acompanhados de suas esposas, não prenunciava a que ponto chegaria à disputa sucessória que atravessaria gerações. Na ex-colônia escaramuças com a cooptação de capatazes, tabeliães, advogados e autoridades.
O nascimento do protagonista Pedro do Ferreira, as perdas familiares, a convivência do menino branco com os descendentes de escravizados, os primeiros passos profissionais, o ingresso na faculdade de Direito. Para além dos aspectos pessoais e do enredo que ganha ares de um thriller desenvolvido em rico contexto com referências a episódios históricos como a proclamação da República, descrevendo a pujança cultural de um Rio de Janeiro, em cujos cafés se esbarravam com Ruy Barbosa, Olavo Bilac, João do Rio, e moradores faziam piquenique na Ilha de Paquetá aos fins de semana.
No desfecho, a lição de vida, um legado moral, deixado a nosso avô, “Pedrinho”, e uma tocante referência ao anjo da guarda da família Ferreira, o Belarmino Couto: “ou apenas Couto, para os íntimos”. A ele, eu e Juca Serrado demos muito trabalho.
Rio de Janeiro, julho de 2024. Helinho Saboya FICHA TÉCNICA Título: Um adeus no Cais do Sodré : a saga de Pedro do FerreiraAutor: Juca SerradoEditora Jaguatirica, 2024 Editora: Paula Cajaty Revisão: Hanny Saraiva Projeto gráfico: Bookexpress 1ª ed. – Rio de Janeiro: Jaguatirica, 2024. 328 p. ; 21 cm. ISBN 978-85-5662-336-2 1. Romance brasileiro.