Marujos Pataxó, projeto de samba dos povos originários do sul da Bahia, une forças com o Tropkillaz, um dos mais icônicos nomes da música eletrônica brasileira. A faixa-títulodo recém-lançado álbum “A Força dos Encantados” agora chega em uma versão que tem tudo para atrair a atenção de pessoas de dentro e de fora de aldeias. Este é um lançamento ybmusic, com o patrocínio de Natura Musical.
“Pra gente foi uma honra poder participar desse projeto e poder aprender mais sobre a cultura Pataxó. A nossa ideia é sempre fazer algo que represente o nosso som, mas no caso deste remix também tivemos o cuidado de respeitar a cultura indígena e tudo que esse projeto representa”, conta o Tropkillaz.
Com mais de 10 anos de carreira, o Tropkillaz reúne dois dos principais produtores musicais do Brasil – Zegon e Laudz – unindo sons da música brasileira com música eletrônica, hip hop e pop. Com mais de 200 faixas lançadas, eles acumulam mais de 2,5 milhões de ouvintes mensais somente no Spotify.
O remix é um novo lançamento dos Marujos Pataxó, projeto que visa a reconhecer a influência indígena na criação do samba brasileiro. Além de fortalecer e divulgar essa forma musical única, busca melhorar a qualidade de vida na Aldeia através da arte, gerando emprego, renda e preservando a cultura tradicional Pataxó. A marujada indígena se apresenta para o país todo compartilhando a memória, a luta e a cultura dos ancestrais de forma sustentável e global por meio da valorização de suas raízes na Aldeia Mãe Barra Velha, no sul da Bahia.
Presentes na formação do samba, as tradições percussivas e rítmicas do samba indígena seguem preservadas na Aldeia Mãe Barra Velha, no território Pataxó, onde a música é um ritual sagrado no qual os indígenas expressam sua fé e cultura com originalidade, passando de geração em geração através de músicas que retratam a natureza e a vida no campo.
O território, que conta com o Parque Nacional do Monte Pascoal e fica tão perto de onde começou a invasão em 1500, foi o primeiro aldeamento do Brasil e já consta com 523 anos de resistência. Depois do trágico massacre ocorrido em 1951, houve uma diáspora do povo Pataxó por diversos pontos do país, que ainda enxergam aquela aldeia e região como parte de suas raízes.
Um retrato da resiliência e da força, a cultura do povo Pataxó segue firme apesar de massacres, dores e de mais de quinhentos anos de invasões sofridas. O preconceito é uma forma constante e invisível de repressão, experimentada por muitos, mas debatida por poucos. A repressão ativa e violenta inclui a queima de casas, invasão de terras e até assassinato de indígenas. Permanecer nas terras, apesar de décadas de repressão cultural, é um ato de resistência em nome das gerações passadas e futuras. Por isso, o resgate cultural que ocorre por meio da valorização da identidade indígena é tão importante.
O álbum de estreia dos Marujos tem produção musical de Lenis Rino (Fernanda Takai, Matheus Aleluia, Tatá Aeroplano, Palavra Cantada), direção técnica de Tejo Damasceno (BNegão e os Seletores de Frequência, Sabotage, Instituto) e masterização de Fernando Sanches (Criolo, Baianasystem).
O projeto recentemente ganhou um clipe para a faixa-título do álbum com o olhar do diretor Theo Bueno onde alguns personagens sagrados que fazem parte do folclore da Aldeia como o Pai da Mata e a Índia Jurema, cantam e dançam junto da música.
Marujos Pataxó foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (FazCultura), ao lado de Casa do Hip-Hop Bahia, Cronista do Morro, Festival Pagode Por Elas, Os Tincoãs e Ventura Profana. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos de música até 2022, em diferentes formatos e estágios de carreira, como Margareth Menezes, Luedji Luna, Mateus Aleluia, Mahal Pita e Casa do Hip Hop da Bahia.