Em seu novo videoclipe, o cantor, compositor e guitarrista Pedro Santos cria uma ponte entre Nova Iorque, onde gravou a canção “Babilônia”, e São Paulo, onde registrou as imagens. A canção leva os ouvintes a uma reflexão profunda sobre o cotidiano polifônico das grandes cidades e sua interpretação visual faz dos espaços urbanos protagonistas da narrativa.
O EP é marcado por uma nova abordagem musical para Pedro Santos, buscando uma estética que remete à música brasileira do final dos anos 70, porém sem perder contato com os temas e sons contemporâneos. Por isso, o clipe faz da cidade um palco para a dança moderna em meio aos maiores habitantes de São Paulo: seus prédios, ruas e viadutos. A performance é realizada conjuntamente pela atriz Renata Lorenzi e Eduarda Jordão, fotógrafa.
“Queríamos um clipe que passasse a mensagem da letra em imagens, inspirados na força das metrópoles cinzenta de São Paulo. Uma das ideias que estava na nossa cabeça era a vivência desses contrastes das cidades, e essa sensação de estar à deriva, os prédios singulares dos cartões postais em contraposição a essa massa cinzenta, desordenada, despersonalizada, que causa vertigem e que dela, se extrai – nem sempre — poesia”, resume Pedro Santos.
“Babilônia” é uma composição que revela a dualidade do cantor quanto à vida nas grandes metrópoles, seu conflito com a Paulicéia Desvairada e seu costume de engolir as pessoas e suas individualidades. Para a criação da letra, ele contou com a colaboração de seu parceiro musical de longa data, Paulo Tó, que compartilha do mesmo sentimento em relação à vida urbana e ao frenesi do capitalismo desenfreado.
O diretor do clipe, Ricardo Monteiro, buscou referências no cinema para traduzir a intenção do artista com uma linguagem acessível. “‘Babilônia’ reúne as nossas experiências de (sobre)vivência na metrópole, e se passa nos espaços de trânsito entre o trabalho, o lazer e o consumo. É um projeto de guerrilha, com inspirações brasileiras e asiáticas: ‘O Bandido da Luz Vermelha’, do Sganzerla, ‘São Silvestre’, de Lina Chamie, as fotografias de Daido Moriyama e os filmes de Wong-kar Wai”, ele cita.
O mais novo EP de Pedro Santos marcou uma evolução em sua jornada musical, afastando-se dos trabalhos anteriores centrados em sua voz, violão e guitarra. Nesse novo projeto, ele abraça uma abordagem colaborativa, explorando texturas sonoras resultantes da interação com músicos em estúdio, incluindo Apoena Frota, Stéphane San Juan, Andre Vasconcelos e Ben Jamal. Nesse sentido, “Babilônia” reflete uma busca por uma sonoridade inspirada nas gravações ao vivo dos anos 70, rompendo com os padrões modernos em prol de uma homenagem aos sons que o influenciaram.
Pedro Santos descreve “Babilônia” como uma tentativa de capturar o espírito de banda e coletividade na estética sonora, retornando às raízes tradicionais e clássicas da música. Com experiências anteriores, como o álbum “DOMiNGO” e “sussurrO”, Pedro Santos demonstra sua capacidade de conectar-se com o público por meio de histórias íntimas, mostrando novas facetas de um mesmo artista neste traba