A cosplayer Júlia Mayumi, de 23 anos, encontrou nos conteúdos sensuais do OnlyFans, Privacy e Telegram uma maneira de conquistar a autoestima, o equilíbrio emocional e também o dinheiro necessário para custear os seus tratamentos de saúde.
Com dificuldade para socializar por causa do autismo e do TDAH, a criadora de conteúdo se descobriu na frente das câmeras e na interação com os assinantes. O trabalho, ainda segundo ela, está ajudando a melhorar a relação com o próprio corpo.
“Sempre tive amarras para me relacionar com as pessoas e percebi que me sinto segura nas plataformas. Eu sei que ali estão as pessoas que gostam de mim, quem me acha bonita e gosta do meu trabalho. A relação que eu tenho com o meu corpo está melhorando cada dia mais. Me redescobri”, conta.
Alvo de preconceito e comentários maldosos por trabalhar na indústria do entretenimento adulto, Júlia explicou que “está confortável”, mas que ainda enfrenta algumas dificuldades por conta da discriminação, ainda que da minoria.
“Muita gente ainda acha que pode chegar de qualquer jeito, ser rude e assediar só porque estou no OnlyFans, e não é assim”, lamenta. “Claro que ainda existe preconceito, mas aprendi a ouvir comentários positivos. Isso tudo ajuda na minha autoestima, estou curtindo essa fase de conteúdo adulto”.
Muito elogiada por conta de seus cosplayers bem-produzidos, a influenciadora ressaltou que faz conteúdo +18 com realismo e erotismo, e por isso vem conquistando muitos fãs pagantes.
“A pornografia é bruta e eu acho que sexo tem que ser com carinho. Gosto de fazer cosplay nas plataformas para mostrar o meu lado mais ousado e sensual e expressar o amor que eu tenho pelas personagens. O que eu mostro lá é uma ‘atmosfera geek sexual’. Quem visita minha página não quer sair. É viciante”, garante.