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Trans Marcela Porto conta que se arrepende de ter posado para capa de uma revista: “Contribuí para objetificação dos nossos corpos”

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Trans Marcela Porto conta que se arrepende de ter posado para capa de uma revista: “Contribuí para objetificação dos nossos corpos”

Marcela Porto, que ficou conhecida como Mulher Abacaxi, começou a aparecer na mídia há quase dez anos, quando cantou em um DVD da Furacão 2000.  Para se manter na mídia, ela trilhou um caminho comum: foi musa de escola de samba, fazia ensaios sensuais e até protagonizou um ensaio nua para capa da revista Mais Jr. 

“Hoje me arrependo desse ensaio. Era um ensaio belíssimo, nada erótico, mas acho que contribuí para objetificação dos nossos corpos. E nossos corpos já são objetificados. O Brasil é o país que mais consome pornô com transexuais e onde mais acontecem assassinatos de pessoas trans. A nossa realidade não é fácil. Hoje só faria fotos assim dentro de um contexto e pela arte”, afirma Marcela. 

A empresária falou sobre o Dia do Orgulho LGBT, celebrado nesta segunda-feira, 28.

“Tenho muito orgulho de ser uma mulher trans. Acho que nós ( mulheres trans) temos duas opções: sermos infelizes, termos uma vida de mentira, sermos aquilo que não somos ou sermos mulheres fortes, porque o mundo obriga uma mulher trans a ser forte. Eu escolhi ser o que sou. E sou muito feliz assim”, afirma. 

Atualmente, Marcela é carreteira, dona da MS Minérios e chefia 10 funcionários. A empresa de transporte de minérios, com 8 caminhões e uma retroescavadeira, está sediada em Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Recentemente, a empresária conseguiu a habilitação categoria E (permissão para dirigir veículos acoplados ou articulados). Porto dirige caminhão desde os 12 anos.

Foto Allan Bertozzi

Capa da Mais Jr divulgação 

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